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Armas nucleares - Países usam bomba nuclear para fazer política

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

Na primeira semana de julho de 2006, a Coreia do Norte disparou sete mísseis em direção ao mar. Algum deles, teriam capacidade para atingir o Japão, o Alasca ou a costa oeste dos Estados Unidos.

O objetivo desse teste com projéteis balísticos, ordenado pelo ditador norte-coreano Kim Jong-Il, é mais de caráter político do que militar. Teoricamente, esses mísseis poderiam transportar ogivas atômicas, que o ditador afirma ter. Com essa demonstração de poder bélico, a Coreia do Norte não está querendo mostrar sua capacidade defensiva.

Ao contrário, está provando que tem cacife ofensivo. Desse modo, pretende obter ajuda internacional, sem a qual a maioria da sua população morreria de fome.

Nação onde vigora uma das ditaduras comunistas mais fechadas do mundo, a Coreia do Norte tem uma economia estagnada. De acordo com a Organização das Nações Unidas, 70% da população urbana do país depende da distribuição pública de alimentos. Só a vizinha Coreia do Sul, que seria seu primeiro alvo num eventual conflito, envia anualmente 1 bilhão de dólares em dinheiro, comida e medicamentos para o país, de modo cultivar boas relações e evitar problemas.



Paz armada

Até o momento, bombas nucleares só foram efetivamente usadas num conflito real na Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Os Estados Unidos bombardearam as cidades de Hiroshima e Nagazaki, obtendo com isso a rendição incondicional do Japão e o fim da guerra.

O poder destrutivo das bombas nucleares é enorme e só aumentou de 1945 para cá. Justamente por isso, elas se tornaram "armas de dissuasão", ou seja, tê-las e poder usá-las até agora tem sido suficiente para evitar conflitos, uma vez que as consequências de uma guerra nuclear seriam catastróficas ou, pior ainda, apocalípticas.

Atualmente, são oito os países que detêm reconhecidamente um arsenal atômico: Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido, Índia, Paquistão e Israel. As quantidades de armamentos que compõem esses arsenais e os objetivos com que eles são mantidos são muito variáveis.



Guerra fria

Tanto no caso dos Estados Unidos, quanto no da Rússia (na época o núcleo da extinta União Soviética), as armas foram desenvolvidas no contexto da Guerra Fria, que se estendeu de 1945 a 1991. As duas nações, que haviam saído vitoriosas da Segunda Guerra, representavam dois sistemas político-econômicos antagônicos e só não se enfrentaram diretamente para evitar um conflito atômico.

Aliados dos Estados Unidos, a França e a Inglaterra desenvolveram seu arsenal nas mesmas circunstâncias. Já a China, que a princípio estava alinhada à União Soviética, entrou em litígio com esta e desenvolveu suas próprias armas atômicas visando se tornar uma potência nuclear não só independente dos soviéticos, como também capaz de enfrentá-los, se fosse o caso.

Atualmente, todos esses países mantêm arsenais nucleares para sustentar seu status de potência militar. Com isso, detêm uma posição privilegiada nas negociações políticas internacionais. Dificilmente, porém, algum viria a usá-los. Além de temer a retaliação, o custo político seria altíssimo: quem usasse armas nucleares sofreria o repúdio da maioria das nações do mundo.



Índia, Paquistão e Israel

No caso da Índia e do Paquistão, as armas nucleares estão diretamente relacionadas aos interesses conflitantes desses dois países. Vizinhos e rivais, indianos e paquistaneses têm evitado até agora um enfrentamento direto por possuírem armas nucleares e pelas consequências catastróficas que um conflito produziria. No entanto, a tensão entre eles faz com que os analistas militares considerem a fronteira entre os dois um dos cenários mais prováveis de uma guerra nuclear.

Já Israel não confirma nem nega a posse de armas nucleares. Mas ninguém duvida que os israelenses integrem efetivamente o clube das potências atômicas. O arsenal israelense se desenvolveu a partir das tensões que existem entre esse país e seus vizinhos árabes. Estima-se que o uso de uma arma atômica por Israel só aconteceria num caso extremo, de caráter eminentemente defensivo.



Organizações terroristas

Assim como o Iraque, antes da invasão americana, ameaçava desenvolver armas atômicas, atualmente é o Irã que faz as mesmas ameaças. No caso iraniano, a política parece ser a mesma da Coreia do Norte. Exibir as garras para conseguir uma inserção mais vantajosa na política internacional, além de demonstrar independência e capacidade de afrontar americanos ou israelenses.

Não se sabe efetivamente se Irã e Coreia do Norte têm armas nucleares. Caso tenham, sua capacidade de mobilizá-las e seu poder destrutivo seria pequeno, se comparado ao dos americanos ou dos chineses. Ainda assim, uma imensa capacidade de devastação é inquestionável.

O que torna a posse de armamentos atômicos por esses países mais perigosa é o fato de seus governos serem radicais e anti-democráticos. Eles ainda poderiam vender sua tecnologia não só para outros países de ideologias semelhantes, como também para organizações terroristas. Esse panorama é assustador quando nos limitamos aos artefatos atômicos, mas é bom lembrar que estes não são as únicas armas de destruição em massa.

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