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Informação é a base para uma boa redação

Thaís Nicoleti de Camargo*
Especial para a Folha de S. Paulo
Não é novidade que fazer uma boa redação no vestibular pode contribuir muito para que o candidato ingresse na universidade -e, às vezes, até decidir a sua entrada ou não em uma escola.

Muitos estudantes tendem a preocupar-se mais com o conteúdo do que com a forma do texto. E, assim, prever o tema que será abordado pela banca examinadora pode parecer -pelo menos à primeira vista- o mais importante. Mas, para quem cultiva o hábito da leitura e se mantém informado, isso não chega a ser um problema.

Para fazer um bom texto, é preciso mais do que estar informado. Escrever uma dissertação -em geral, essa é a modalidade exigida em todos os concursos- requer do aluno um posicionamento diante do que vê, ouve ou lê. Dada a quantidade de informações disponíveis atualmente, é preciso, mais do que nunca, saber relacionar fatos, associar e hierarquizar idéias, distinguir diferentes pontos de vista sobre um mesmo tema, diferençar o que é relevante do que é secundário, discernir o que é geral do que é específico, o que é causa do que é conseqüência.

Um texto é fluente quando conduz o leitor por meio de um raciocínio - a esse exercício da razão chamamos argumentação. Para argumentar de maneira eficaz, o redator deve não só lançar mão de exemplos pertinentes mas também prever as possíveis refutações àquilo que diz. Por mais consistente e coerente que seja, toda idéia pode ser contestada. Assim, antecipar-se às possíveis réplicas, mostrando os outros lados da questão, constitui um valioso recurso argumentativo, por meio do qual se envolve o leitor no raciocínio, conduzindo-o à conclusão pretendida.

A todo custo deve ser evitado o simplismo, raciocínio vicioso praticado por quem omite dados importantes de uma questão, tratando-os como se fossem secundários. Defender a implantação da pena de morte com base no argumento de que "quem matou deve morrer" é um exemplo de simplismo. Afirmações que demonstrem radicalismo (político, religioso, moral etc.) podem criar no leitor uma predisposição negativa ante o texto - que, naturalmente, perde em eficácia argumentativa.

A linguagem deve ser simples e objetiva, atendendo ao padrão culto. Convém evitar o artificialismo decorrente do emprego de palavras menos usuais na tentativa de impressionar o examinador. O texto pode resultar pedante e, por conseguinte, insincero. É importante que o leitor perceba um compromisso do autor com as próprias idéias.
*Thaís Nicoleti de Camargo é consultora de língua portuguesa da Folha
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