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![]() "Ciganos fazem que podem para manter as tradições" Atualizada em 2 de julho de 2009 ![]() Essa era a chamada para uma reportagem muito interessante sobre o povo cigano. Clicando sobre a frase, abre-se uma nova janela com a reportagem inteira. Lá, havia a seguinte frase: Muito bem. Observou, caro leitor, que a frase apresentada traz fazem que podem e a reportagem, fazem o que podem? Qual a maneira adequada? Vamos à explicação: O vocábulo que pode ser substantivo, advérbio, pronome, conjunção, preposição, interjeição, além de partícula expletiva. O mais comum é ser conjunção ou pronome relativo, e é aí que reside a maior dificuldade, pois para saber usar adequadamente uma conjunção ou um pronome relativo, é necessário ter bastante conhecimento de sintaxe. Voltemos à frase apresentada, para uma breve análise: qualquer estudante sabe que o primeiro passo para entender um texto é isolar o verbo e encontrar o seu sujeito (aquele que pratica ou que sofre a ação caracterizada pelo verbo). Muito bem. Isolemos, então, o verbo fazer: seu sujeito é o substantivo ciganos, pois são eles que fazem algo. O segundo passo é analisar o verbo quanto à ação praticada pelo sujeito. Os ciganos fazem o quê? Aqui começa o problema. Antes de continuar a analisar a frase apresentada, analisemos outra para entender o raciocínio: O sujeito do verbo pensar é o substantivo homens, pois são eles que pensam algo. O verbo pensar indica que os homens pensam algo. Que é pensado pelos homens? Resposta: que são o sexo forte. Essa oração é o complemento do verbo pensar; é o seu objeto direto. Feito isso, voltemos à frase apresentada pela chamada: Já vimos que o substantivo ciganos é o sujeito do verbo fazer. Este verbo indica que os ciganos fazem algo. Que é feito pelos ciganos? A resposta não é a oraçÃo que podem para manter as tradições, concorda? Falta algo, então, para complementar o verbo fazer. Falta um substantivo, ou um pronome, que complemente a oração. Poderíamos, por exemplo, colocar o substantivo ações: Ficaria, porém, estranha a frase. Ficaria, porém, estranha a frase. Poderíamos, então, colocar o pronome demonstrativo aquilo: Agora temos uma frase adequada! No lugar de aquilo, poderíamos, ainda, colocar o pronome demonstrativo o, que tem o mesmo valor de aquilo: Aí está, então, a resposta. A estrutura adequada é a que está (Eis de novo o pronome demonstrativo: é a que está) no interior da reportagem, e não a que fora apresentada na chamada. ![]() ![]() E-mail: dilsoncatarino@uol.com.br | |