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![]() "Por ser ingerido diariamente, não é preciso calcular ..." ![]() Nessa frase, retirada de uma reportagem sobre um produto eficiente contra a impotência, em uma das revistas mais conhecidas do Brasil, há uma inadequação gramatical aos padrões cultos da Língua Portuguesa muito comum em conversas informais. O cidadão que se orgulha de usar a língua padrão ou que necessita de escrever textos técnicos, como ocorre com o vestibulando que tem de redigir uma dissertação argumentativa, deve ficar atento para não cometer esses deslizes. O problema se situa na utilização do verbo "ter". Na frase apresentada, ele está conjugado no infinitivo não-flexionado. Deveria estar, porém, no futuro do subjuntivo. Somente os verbos regulares - aqueles que não sofrem mudanças no radical - têm forma idêntica no infinitivo não-flexionado e no futuro do subjuntivo. Este (o futuro do subjuntivo) participa de orações iniciadas pela conjunção "se" (condição hipotética futura) ou pela conjunção "quando" (tempo hipotético futuro); aquele (o infinitivo não-flexionado), de orações iniciadas por uma preposição (por, para, a, até, de, em, com, sem...). Por exemplo: Os verbos que sofrem mudanças no radical não têm a mesma forma no infinitivo não-flexionado e no futuro do subjuntivo. Aquele (o infinitivo não-flexionado) é o próprio "nome do verbo"; este (o futuro do subjuntivo) deriva da terceira pessoa do plural (eles) do pretérito perfeito do indicativo (ontem...), retirando-se a terminação "-am". Por exemplo: A conjugação completa é a seguinte: A frase apresentada é estruturada com o verbo "ter" antecedido da conjunção "quando" indicando tempo hipotético futuro. Este, então, deveria estar no futuro do subjuntivo: "tiver" ![]() Tema relacionado: Na próxima coluna, trataremos dos verbos terminados em -IAR. ![]() E-mail: dilsoncatarino@uol.com.br | |