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"Renda melhor distribuída..." Renda melhor distribuída... Assisti, na televisão, a uma propaganda de determinada empresa que tratava da agricultura brasileira. Em certo trecho, o locutor disse a frase apresentada na abertura de nossa coluna: Renda melhor distribuída. Não é a primeira vez que ouço frase sobre a renda brasileira ser mal distribuída. Esse é um assunto constante em nosso país. Todos sabemos que a renda brasileira não é bem distribuída; todos queremos que ela seja distribuída de maneira mais apropriada ao desenvolvimento do país. Todos queremos que ela seja melhor distribuída? Não! Essa não é a maneira adequada ao padrão culto da Língua Portuguesa de usar o comparativo de superioridade do advérbio bem. Logicamente existe o comparativo de superioridade melhor, como também existe pior, o comparativo de superioridade do advérbio mal. Por exemplo: Ele agiu melhor que o irmão naquela ocasião. Ele explica a matéria melhor que o outro professor. Este é o pior governante que já tivemos. Seu trabalho é pior que o de seu amigo. Quando, porém, à frente do comparativo de superioridade de bem e de mal houver particípio de verbo -- geralmente terminado em -ado ou em -ido --, não se deve usar as formas sintéticas melhor e pior, e sim as formas analíticas mais bem, menos bem, mais mal e menos mal. Por exemplo: O Santos é o time mais bem preparado do campeonato. Nunca vi trabalho mais mal feito que este! Ela é mais bem educada que a amiga. Esse projeto foi mais mal realizado que o anterior. Todos queremos que a renda seja mais bem distribuída. Essa seria, então, a frase adequada. Assim o locutor deveria ter dito: Renda mais bem distribuída... Dílson Catarino leciona gramática na 3ª série do ensino médio e no cursinho pré-vestibular do Colégio Maxi, em Londrina (PR). Veja outras dicas de gramática no site do professor. Copyright Universo Online S.A. É proibida a reprodução do conteúdo deste site.E-mail: dilsoncatarino@uol.com.br | |