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Para professores, 1ª fase da Fuvest 2016 foi difícil, mas não supreendeu

Karina Yamamoto

Do UOL, em São Paulo

29/11/2015 21h09Atualizada em 29/11/2015 22h55

Os alunos que fizeram a primeira fase do vestibular 2016 da Fuvest suaram a camisa neste domingo (29). A prova, segundo os professores ouvidos pelo UOL, estava exigente e cansativa -- principalmente na área de exatas e em geografia.

Com 90 questões de múltipla escolha, o exame cobrou muitos conceitos (foi conteudista) e foi abrangente no que se refere aos temas selecionados. Isso exigia que os alunos não apenas soubesse o conteúdo do ensino médio, mas soubesse bem.

"Algumas questões [de física, química e matemática] seriam mais de segunda fase", afirma Luiz Carlos Belinello, coordenador de biologia do Colégio Objetivo. Ele explica que foram exigidos conceitos mais aprofundados, conteúdo típico das provas específicas da segunda etapa do processo seletivo.

No entanto, os professores também foram enfáticos em dizer "não houve surpresa". Para o diretor de ensino do Anglo, Paulo Moraes, a prova foi clássica. "Tinha jeito de Fuvest, tinha cara de Fuvest: abrangente e conteudista", disse Moraes.

A Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular) seleciona alunos para a USP (Universidade de São Paulo) e para a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. 

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Física e geografia devem ter sido as disciplinas que mais deram trabalho ao estudante, opina o coordenador geral do Etapa, Marcelo Dias Carvalho. Em física, explica, além da cobrança pesada de conteúdos, a parte operacional (dos cálculos) era trabalhosa. Já em geografia, as questões exigiam análises de gráficos, mapas e tabelas, tomando o precioso tempo do inscrito, que tem cerca de 3 minutos para ler e responder cada questão.

As questões interdisciplinares pediram que o estudante fosse proficiente nas disciplinas envolvidas nas questões -- não eram perguntas triviais e, como insistem os professores, tinham nível esperado. O que pode ter apresentado dificuldade para os candidatos, segundo Lílio Poliello do Cursinho da Poli, é que os conteúdos não costumam ser trabalhados da maneira como a Fuvest exige durante o ensino médio.

Para o professor Célio Tasinafo, diretor pedagógico do Oficina do Estudante, a prova "não foi para amadores" -- como costumam ser as avaliações da Fuvest. É esperado, diz, que seja uma avaliação "carregada no conteúdo e exigente no vocabulário específico de cada disciplina". Esta última característica costuma confundir aqueles candidatos sem pleno domínio do conteúdo.