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"Faltou contextualização", dizem professores sobre prova da Unicamp

Lucas Rodrigues

Do UOL, em São Paulo

22/11/2015 19h58

Para os professores ouvidos pelo UOL, a prova da primeira fase da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) 2016 estava distante da realidade dos alunos, com pouca contextualização nas questões.

"Eu não gostei da prova. Achei muito conteudista. Teve uma questão de biologia, por exemplo, que abordava a evolução e falava sobre os dentes de uns animais. Acho que na primeira fase poderia haver outro tipo de questão", afirma Paulo Moraes, diretor de Ensino do cursinho Anglo.

Moraes considerou a prova mediana. "Algumas disciplinas foram mais difíceis e conteudistas, como biologia e geografia. Já em física, a Unicamp voltou a fazer uma prova mais clássica, que não envolvia tanta interpretação", diz.

Célio Tasinafo, diretor pedagógico da Oficina do Estudante, também criticou a falta de proximidade das questões com a realidade dos candidatos. "Não teve um esforço de relacionar as ciências da natureza e matemática ao cotidiano dos alunos. Foi muito descontextualizado", afirma.

Em contrapartida, Tasinafo elogiou a prova de geografia. "Foi uma prova bonita, com maior quantidade de gráficos, grande exploração da cartografia, uma questão sobre população indígena no Brasil e outra sobre navegação de cabotagem", analisa.

Nas questões de ciências humanas, o professor da Oficina do Estudante observou uma maior atenção a temas contemporâneos, como migrações, redes sociais e ética. "Ao longo da prova, o aluno que domina os principais conteúdos do ensino médio não deve ter tido muita dificuldade", avalia.