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Confira sete dicas para estudar os livros obrigatórios para o vestibular

Leticia Moreira/Folhapress
Imagem: Leticia Moreira/Folhapress

Edgard Matsuki

Do UOL, em Brasília

25/03/2015 06h02

Apesar de terem sido abolidas das provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), as leituras obrigatórias ainda são um desafio para estudantes que desejam ingressar em universidades que utilizam o vestibular como forma de seleção. Inseridas nas provas de português ou literatura, as questões sobre obras literárias podem garantir pontos preciosos para o vestibulando.

Porém, conquistar esses pontos não é uma tarefa tão simples. As listas de livros obrigatórios para o vestibular não costumam ser pequenas e nem sempre as obras são tranquilas de se ler. Na lista dos nove livros obrigatórios para ingresso na USP (Universidade de São Paulo), por exemplo, há clássicos como Memórias Póstumas de Brás Cubas, O Cortiço e Vidas Secas.

Para ajudá-lo na missão de tirar melhor proveito do estudo de leituras obrigatórias para o vestibular, o UOL separou 7 dicas de como ler um livro para o vestibular. Para criar a lista consultamos a professora e pesquisadora da UnB (Universidade de Brasília) e UFG (Universidade Federal de Goiás) Viviane Faria. Confira:

1. Entenda o que a prova vai cobrar em relação às obras

Antes de ler os livros para o vestibular, é preciso entender o que deve ser cobrado em relação às obras. Viviane Faria explica que cada universidade cobra coisas diferentes na hora do vestibular: “Algumas universidades cobram trechos mais pontuais relacionados aos livros e personagens. Outras costumam cobrar tópicos relacionando obras com o contexto atual”.

Neste sentido, o segredo é tentar verificar um histórico das questões relacionadas às leituras obrigatórias em cada universidade. Se o estudante for tentar mais de um vestibular, vale estar atento ao tipo de questão cobrado em cada prova.

2. Consulte a lista de leituras obrigatórias o mais rápido possível

Como a lista de leituras obrigatórias não pode ser consumida de um dia para outro, vale a pena ficar atento para conseguir a informação do que é preciso ler o mais rápido possível. A USP costuma divulgar a lista em janeiro, a UFRGS costuma lançar a lista em março. Já a Unicamp lançou a lista de 2015 em abril do ano passado.

No caso, a dica é ficar por dentro da época do ano em que é divulgada a lista de leituras obrigatórias e monitorar, na internet, a lista de livros cobrados no vestibular.

3. Antes de ler, entenda o contexto histórico das obras clássicas

Normalmente, as obras que são pedidas no vestibular representam um período histórico da literatura. Por isso, é bom estar antenado nas características de cada fase marcada no livro. “Por exemplo, o romantismo foi um período de escrita mais leve. Depois veio o realismo, semelhante aos retratos jornalísticos. Depois, o parnasianismo, com linguagem rebuscada. Cada livro carrega características de cada fase”, diz Viviane.

Para ler as obras procure entender um pouco sobre o que cada escola literária representa. Procure saber, também, como era o país na época e como era a linguagem no período em que o livro foi escrito. Pontue na obra, trechos que possam representar essas características.

4. Procure ler as obras em ritmo lento e constante

Ler os livros para o vestibular em um ritmo muito rápido pode fazer com que pontos importantes passem batidos. A recomendação da professora Viviane é que as leituras sejam feitas de forma lenta e que as leituras obrigatórias sejam alternadas com outros livros. “Vale tentar descobrir obras que carregam influência dos clássicos. Para citar exemplos, O Crepúsculo tem elementos do romantismo. Percy Jackson carrega características e clássicos épicos”, diz.

Verifique quanto tempo você tem até as provas e encaixe as leituras no seu plano de estudos diários. Há duas opções de ordenar as leituras: em relação à afinidade com as obras (o que vai garantir uma motivação inicial de leitura) ou em ordem cronológica (que vai fazer com que o estudante perceba as mudanças e rupturas de cada fase da literatura). Cabe ao vestibulando decidir qual trará mais vantagens.

5. Ler apenas o resumo não adianta, fazer um resumo sim

Um dos maiores erros de quem tenta ter sucesso com as leituras obrigatórias é ler apenas os resumos. De acordo com a professora Viviane, muito do que é cobrado nas provas está relacionado a questões linguísticas e estilísticas dos autores e tudo isso é perdido nos resumos. “Quem ficar só no resumo não vai pegar a essência da obra”, diz.

Se ler um resumo não é eficaz, fazer um resumo pode fazer com que o estudante entenda melhor a obra que leu. Ter um resumo escrito por você mesmo pode ajudar na hora de relembrar detalhes das obras. Isso é útil principalmente nos últimos dias de estudo para o vestibular.

6. Filmes podem ser bons complementos para obras

Ver um filme no lugar de ler um livro não é recomendado. Porém, assistir a adaptações de obras pode ajudar o estudante a entender melhor o enredo, que muitas vezes acaba sendo rebuscado.

Viviane diz que alguns filmes acabaram se tornando tão bons quanto os livros: “Dois exemplos são o Alto da Compadecida (de Ariano Suassuna) e A Máquina (de Adriana Falcão).

7. Se você não conseguiu ler os livros, não entre em desespero

No mundo ideal, você chegaria ao mês anterior ao vestibular com todas as obras lidas, resumos feitos e respostas na ponta da língua. Pena que nem sempre a realidade é assim. Se você está na véspera da prova e não conseguiu ler nada (ou não vai conseguir ler), ainda há saída para não fazer tão feio.

É importante não ficar apenas nos resumos. “Vale ler resenhas sobre os livros e tentar conversar com alguém que já leu as obras para saber as impressões que a pessoa teve”, diz Viviane. Mesmo que você não tenha lido os livros, vale a pena adotar as duas primeiras dicas desse texto: entender o que a prova vai pedir e o contexto histórico das obras. Se você tiver sorte, pode até acertar as questões sem ler o livro.