Topo

Sem trote, 1º lugar na medicina da Unifesp faz matrícula na USP

Karina Caciola, 1º lugar na Unifesp, optou pela USP. Na foto, ela posa em frente à faculdade - Arquivo pessoal
Karina Caciola, 1º lugar na Unifesp, optou pela USP. Na foto, ela posa em frente à faculdade Imagem: Arquivo pessoal

Thiago Varella

Do UOL, em Campinas (SP)

12/02/2015 15h35

Karina Caciola passou em 1º lugar no curso de medicina em duas das universidades mais concorridas do país: a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).

Mesmo assim, a jovem de 20 anos optou por estudar para se tornar médica em outra instituição.

Na última quarta-feira (11), ela era uma das calouras mais empolgadas na matrícula da USP (Universidade de São Paulo). As matrículas serão encerradas hoje.

O leque de opções que a garota tinha era extenso. Além das universidades já citadas, a estudante também passou na Unesp (Universidade Estadual Paulista) e na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Porém, sua dúvida desde o começo era entre Unifesp e USP já que não queria sair de São Paulo, onde vive com seus pais.

Desde o momento em que descobriu onde poderia se matricular, Karina começou a pesquisar e investigar melhor um pouco sobre as universidades.

"Conversei com bastante gente, principalmente os veteranos. Tentei buscar alguma coisa para diferenciar USP e Unifesp, mas não achei coisas muito claras", contou. Por isso, optou mesmo por seguir seu sonho e fez matrícula na USP.

"A decisão foi difícil. Unifesp saiu primeiro e eu já tinha feito a matrícula lá. A gente pega um carinho. Mas a USP era meu sonho", completou.

Na quarta-feira, ela acordou cedo e foi, junto com os pais, fazer matrícula no campus da Faculdade de Medicina da USP, em Pinheiros, zona oeste de São Paulo. A ansiedade era tamanha, conta Karina, que ela chegou a ter medo de que seu nome não estivesse na lista. De repente, ela poderia ter olhado errado. Ou a Fuvest poderia ter cometido um erro, diz.

Trote

Foi apenas um lapso de insegurança. Em poucos minutos, Karina já estava matriculada. Em seguida, viria o trote. Quer dizer, em outros tempos assim seguiria a tradição do curso. Com tantas denúncias de abuso na recepção de calouros e, principalmente, após as recentes denúncias de casos de estupro na Faculdade de Medicina,os veteranos pegaram leve neste ano. 

Karina não saiu pintada, não levou um banho de ovo e farinha, não viu ninguém ter o cabelo cortado, não foi forçada a beber álcool. Ao lado dos pais, ela foi apenas convidada a participar de um churrasco de boas-vindas.

Agora, a jovem, que durante sua jornada de estudos pré-vestibulares passava 14 horas em frente aos livros, vai poder descansar e já espera ansiosamente pelo mês de março quando as aulas começam.

"Ainda não me sinto aluna de medicina. É engraçado isso. Estou aliviada pelo fim dos vestibulares e pelo menos terminei minha matrícula", afirmou.

Além de curtir a família e os amigos, Karina ainda agregou mais uma atividade ao seu período de "folga". Após ter passado em 1º lugar na Unifesp e na UFMG, ela viu seu Facebook ser inundado por mais de mil pedidos de amizade. A maioria de estudantes querendo dicas para o vestibular.

"Estou respondendo as mensagens e fazendo novos amigos. Fiquei feliz em conhecer pessoas de todo o Brasil e de áreas tão distintas quando a odontologia e as artes", disse.