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Vestibular de inverno é usado como treino para o final do ano

Rodrigo Capote/UOL
Imagem: Rodrigo Capote/UOL

Suellen Smosinski

Do UOL, em São Paulo

17/04/2014 06h00

Além de servir como mais uma chance para entrar na universidade, os vestibulares de meio de ano também são usados como treino para os processos seletivos que ocorrem no segundo semestre, quando a oferta de cursos e vagas é maior. É o que dizem os especialistas ouvidos pelo UOL.

Tania Cristina de Azevedo, superintendente acadêmica da Vunesp, responsável pelo vestibular da Unesp (Universidade Estadual Paulista), afirma que nos últimos processos aumentou a participação de alunos treineiros.

"[São candidatos] que ainda não concluíram o ensino médio ou que desejam se autoavaliar para concorrer no vestibular do final de ano em carreiras não oferecidas no processo do meio do ano”, explica Azevedo. “A Unesp considera este hábito legítimo e estimula a participação destes candidatos treineiros”, completa.

A orientadora educacional do Cursinho da Poli, Alessandra Venturi, acha positiva a experiência de fazer a prova "de verdade", e não um simulado. Assim, o aluno sente na pele a pressão psicológica, o tempo para responder as perguntas e a ansiedade.

Para Alessandra, o grau de dificuldade sempre é o de vestibular, que exige conhecimento e trabalho psicológico. E acrescenta: “O vestibular de inverno é mais uma possibilidade do aluno poder ingressar na universidade".

Menos opções de cursos no meio do ano

Para Alex Sander, coordenador do curso Poliedro em São Paulo, o vestibular do meio do ano tem uma restrição de cursos e universidades. Por isso, na opinião dele, muitos candidatos usam as provas como um treino e não como opção. “Normalmente, o aluno mesmo passando no meio do ano continua até o final do ano quando ele tem mais opções”, diz. 

Essa restrição pode ser observada olhando o caso das universidades estaduais de São Paulo: apenas a Unesp (Universidade Estadual Paulista) abre seleção no inverno, quem quer entrar na USP (Universidade de São Paulo) ou na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) precisa esperar até o final do ano.

A oferta de vagas na Unesp é menor no primeiro semestre – no vestibular atual, com inscrições abertas, são ofertadas 420 vagas, contra 7.259 do final do ano passado. Medicina, que sempre tem grande procura, não entra nessa seleção.

Segundo Azevedo, das vagas oferecidas no processo seletivo da Unesp Meio de Ano,  260 (61,90%) são dos cursos de engenharia e 160 vagas  são oferecidas aos cursos de agronomia e zootecnia. “Pela natureza da formação técnica dos cursos de graduação participantes, o oferecimento destas vagas no processo seletivo do meio de ano da Unesp tem atendido, principalmente,  a um grupo de alunos oriundos de escolas  técnicas que optaram pela complementação de seus estudos no primeiro semestre”.

Outro exemplo é o Sisu (Sistema de Seleção Unificada), do MEC (Ministério da Educação), que seleciona alunos para instituições públicas, principalmente universidades federais, por meio da nota do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). No primeiro semestre de 2013 foram ofertados 3.743 cursos no Sisu; já no segundo semestre eram 1.175 cursos.

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