Semana 4 História do Brasil

ENEM - 2010            

 

            Chegança

            Sou Pataxó,

            Sou Xavante e Carriri,

            Ianomâmi, sou Tupi

            Guarani, sou Carajá.

            Sou Pancaruru,

            Carijó, Tupinajé,

            Sou Potiguar, sou Caeté,

            Ful-ni-ô, Tupinambá

 

            Eu atraquei num porto muito seguro,

            Céu azul, paz e ar puro...

            Botei as pernas pro ar.

            Logo sonhei que estava no paraíso,

            Onde nem era preciso dormir para sonhar.

 

            Mas de repente me acordei com a surpresa:

            Uma esquadra portuguesa veio na praia atracar.

            Da grande-nau

            Um branco de barba escura,

            Vestindo uma armadura me apontou pra me pegar.

            E assustado dei um pulo da rede,

            Pressenti a fome, a sede,

            Eu pensei: "vão me acabar".

            Levantei-me de Borduna já na mão.

            Aí, senti no coração,

            O Brasil vai começar.

 

NÓBREGA, A.; FREIRE, W. CD Pernambuco falando para o mundo, 1998.

A letra da canção apresenta um tema recorrente na história da colonização brasileira, as relações de poder entre portugueses e povos nativos, e representa uma crítica à ideia presente no chamado mito

– A conquista da América pelos europeus foi uma tragédia sangrenta. A ferro e fogo! Era a divisa dos cristianizadores. Mataram à vontade, destruíram tudo e levaram todo ouro que havia.

Outro espanhol, de nome Pizarro, fez no Peru coisa idêntica com os incas, um povo de civilização muito adiantada que lá existia. Pizarro chegou e disse ao imperador inca que o papa havia dado aquele país aos espanhóis e ele viera tomar conta. O imperador inca, que não sabia quem era o papa, ficou de boca aberta, e muito naturalmente não se submeteu. Então Pizarro, bem armado de canhões conquistou e saqueou o Peru.

– Mas que diferença há, vovó, entre estes homens e aquele Átila ou aquele Gengis-Cã que marchou para o ocidente com os terríveis tártaros, matando, arrasando e saqueando tudo?

– A diferença única é que a história é escrita pelos ocidentais e por isso torcida a nosso favor.

Vem daí considerarmos como feras aos tártaros de Gengis-Cã e como heróis com monumentos em toda parte, aos célebres "conquistadores" brancos. A verdade, porém, manda dizer que tanto uns como outros nunca passaram de monstros feitos da mesmíssima massa, na mesmíssima forma. Gengis-Cã construiu pirâmides enormes com cabeças cortadas aos prisioneiros. Vasco da Gama encontrou na Índia vários navios árabes carregados de arroz, aprisionou-os, cortou as orelhas e as mãos de oitocentos homens da equipagem e depois queimou os pobres mutilados dentro dos seus navios.

(Monteiro Lobato, História do mundo para crianças. Capítulo LX)

O texto de Monteiro Lobato expressa a dificuldade de definirmos quem é civilizado e quem é bárbaro. Mas isso à parte, pensando a atuação europeia nos séculos XVI e XVII nas áreas americanas, um número razoável dessas visões equivocadas justificou o avanço espanhol e a destruição dos astecas, maias e incas explicados por:

Fuvest - 2011

Quando a expansão comercial européia ganhou os oceanos, a partir do século XV, rapidamente o mundo conheceu um fenômeno até então inédito: populações que jamais tinham tido qualquer contato umas com as outras passaram a se aproximar, em diferentes graus. Uma das dimensões dramáticas desses novos contatos foi o choque entre ambientes bacteriológicos estranhos, do qual resultou a "mundialização" de doenças e, consequentemente, altas taxas de mortalidade em sociedades cujos indivíduos não possuíam anticorpos para enfrentar tais doenças. Isso ocorreu, primeiro, entre as populações

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