Semana 2 História do Brasil

Fuvest - 2008 - 2a fase

O estabelecimento dos franceses na Baía de Guanabara, em 1555, é um entre outros episódios que ilustram as relações entre a França e as terras americanas pertencentes à Coroa lusitana, durante os três primeiros séculos da colonização.

a) Explique o que levou os franceses a se estabelecerem pela primeira vez nessas terras.

b) Cite e caracterize uma outra tentativa francesa de ocupação na América Portuguesa.

Resposta:

a) A criação pelos franceses de uma colônia na Baía de Guanabara, com o nome de "França Antártica" baseou-se em quatro fatores: não-reconhecimento do Tratado de Tordesilhas, assinado entre Portugal e Espanha; desguarnecimento do litoral brasileiro por parte dos portugueses; interesse francês em estabelecer, na América, um empreendimento colonial mercantilista; instalação, na França Antártica, de um refúgio para os hunguenotes (calvinistas franceses).

b) Criação da "França Equinocial" no Maranhão. Essa tentativa Francesa de fixação na América se insere no contexto da rivalidade franco-espanhola durante a União Ibérica, tinha uma relação estratégica com a eventual ocupação da foz do Amazonas e se caracterizou pela efemeridade, pois durou apenas três anos (1612-1615).

Enem 2008

Na América inglesa, não houve nenhum processo sistemático de catequese e de conversão dos índios ao cristianismo, apesar de algumas iniciativas nesse sentido. Brancos e índios confrontaram-se muitas vezes e mantiveram-se separados. Na América portuguesa, a catequese dos índios começou com o próprio processo de colonização, e a mestiçagem teve dimensões significativas. Tanto na América inglesa quanto na portuguesa, as populações indígenas foram muito sacrificadas. Os índios não tinham defesas contra as doenças trazidas pelos brancos, foram derrotados pelas armas de fogo destes últimos e, muitas vezes, escravizados.

No processo de colonização das Américas, as populações indígenas da América portuguesa

Enem 2010

Os vestígios dos povos Tupi-guarani encontram-se desde as Missões e o rio da prata, ao sul, até o Nordeste, com algumas ocorrências ainda mal conhecidas no sul da Amazônia. A leste, ocupavam toda a faixa litorânea, desde o Rio Grande do Sul até o Maranhão. A oeste, aparecem (no rio da Prata) no Paraguai e nas terras baixas da Bolívia. Evitam as terras inundáveis do Pantanal e marcam sua presença discretamente nos cerrados do Brasil  central. De fato, ocuparam, de preferência, as regiões de floresta tropical e subtropical.

PROUS, A. O Brasil antes dos brasileiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2005.

Os povos indígenas citados possuíam tradições culturais específicas que os distinguiam de outras sociedades indígenas e dos colonizadores europeus. Entre as tradições tupi-guarani, destacava-se

Enem - 2010

O Império Inca, que corresponde principalmente aos territórios da Bolívia e do Peru, chegou a englobar enorme contingente populacional. Cuzco, a cidade sagrada, era o centro administrativo, com uma sociedade fortemente estratificada e composta por imperadores,  nobres, sacerdotes, funcionários do governo, artesãos, camponeses, escravos e soldados. A religião contava com vários deuses, e a base da economia era a agricultura, principalmente o cultivo da batata e do milho.

Unicamp - 2008

Como defensor dos índios e denunciante das atrocidades dos conquistadores, frei Bartolomé de Las Casas desenvolveu a imagem da "destruição das Índias", que era produto da preocupação do frade com o futuro da sociedade que se organizava: a nova sociedade começava distorcida, prenhe de desequilíbrios e de injustiças, carente dos mais elementares direitos. Com exceção de Las Casas, no século XVI prevaleceu a visão otimista da conquista: acreditava-se que a nova sociedade era inteiramente benéfica para os aborígenes, pois se partia da premissa de que a civilização européia era superior à civilização americana. O importante era o resultado final, a propagação de valores cristãos e a organização de uma sociedade alicerçada nesses valores.

(Adaptado de Hector Hermán Bruit, Bartolomé de Las Casas e a simulação dos vencidos: ensaio sobre a conquista hispânica da América. Campinas: Editora da Unicamp; São Paulo: Iuminuras, 1995, p.17, 55.)

a) A partir do texto, identifique duas visões opostas sobre a conquista da América, presentes no século XVI.

b) Cite dois exemplos de mobilização política das populações indígenas na América Latina contemporânea.

Resposta:

a) A partir do texto é possível identificar duas visões sobre a conquista da América no século XVI: aquela que era partilhada pela maior parte da população, incluindo cronistas, religiosos, funcionários reais, encomenderos e demais indivíduos envolvidos na tarefa de colonização dos novos territórios, isto é, uma visão otimista da conquista, na qual os colonizadores seriam portadores da civilização e da cultura, bem como ao catequizar e converter os indígenas estariam também contribuindo para arrebanhar novos fiéis para a Igreja Católica, enfraquecida com as Reformas Protestantes ocorridas no período. Oposta a esta visão estava a do Frei Bartolomé de Las Casas, que condenava a conquista e colonização da América, especialmente no que se refere aos abusos e violências cometidos pelos conquistadores, encomenderos e até mesmo religiosos contra os indígenas. Sua visão, como aponta o texto de Hector Bruit, era uma exceção no período, embora posteriormente tenha sido recuperada por diversos pensadores americanos e europeus, contribuindo para criação de uma imagem pejorativa dos espanhóis e do processo de conquista da América (Lenda Negra). 

b) Entre os exemplos que poderiam ser citados estão:
- Neozapatismo: movimento iniciado em 1994, liderado pelo Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) na região de Chiapas no México. 
- As mobilizações de diferentes grupos indígenas na eleição de Evo Morales; 
- A fundação de diferentes organizações indígenas no Brasil reivindicando as demarcações de reservas, melhores condições de vida para as populações indígenas e o combate à invasão de terras.

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