Semana 11 História Geral

UFRJ - 2011

"Meu Senhor, por sua graça, favoreceu tanto nossos negócios que terminei minha fortaleza e a coloquei em tal estado que penso ainda não ter visto uma outra tão fácil de guardar. Por isso, pude colocar em terra sessenta pessoas num forte de madeira que fiz à vista de meu castelo, ao alcance de minha artilharia, onde eles têm o cuidado de plantar e semear para viver de seu trabalho. Prendi uns quarenta escravos de uma aldeia de inimigos que destruí. Mandei visitar todas as nossas fronteiras depois da partida dos nossos navios e experimentar a vontade dos amigos de nossos vizinhos. Tive uma resposta muito boa. Eles me prometeram se rebelar e persegui-los quando eu quiser. Nossos selvagens preparam um exército de mais de três mil homens para vingar os danos que aqueles nossos vizinhos lhes fizeram no ano passado. Eu mandei um navio em boa ordem costear todo o nosso país até trinta e seis graus aproximando-se de nosso polo, onde tenho notícia de que os castelhanos vêm por terra do Peru, procurar metais. Espero que envieis notícias pelo primeiro de nossos navios. Eu vos suplico, mas que lhe apraza me socorrer com algum dinheiro para ajudar a trazer meus navios, e espero satisfazer o seu desejo, de sorte que não terá o socorro que lhe aprouver me conceder por mal empregado".

Fonte: "Carta de Villegaignon ao Duque de Guise, par de França, de 30 de novembro de 1557, da fortaleza de Coligny, na França Antártica". In: Cartas por N. D. de Villegaignon e textos correlatos por Nicolas Barré e Jean Crespin. Coleção Franceses no Brasil, séculos XVI e XVII.  Rio de Janeiro: Fundação Darcy Ribeiro, 2009, vol. 1, pp.37-38.

A despeito do relato otimista de Villegaignon sobre o futuro do empreendimento, dez anos após esta carta os franceses foram definitivamente expulsos da região meridional da América portuguesa.

Cite um objetivo econômico e outro religioso que motivaram os franceses a invadir a Baía de Guanabara e ali fundar a "França Antártica".

Resposta:

a procura de riquezas nativas - a exemplo do pau-brasil - e as tensões religiosas entre católicos e protestantes levaram os Franceses Huguenotes a fundarem a França Antártica.

ENEM - 2010

O príncipe, portanto, não deve se incomodar com a reputação de cruel, se seu propósito é manter o povo unido e leal. De fato, com uns poucos exemplos duros poderá ser mais clemente do que outros que, por muita piedade, permitem os distúrbios que levem ao assassínio e ao roubo.

(MAQUIAVEL, N. O Príncipe, São Paulo: Martin Claret, 2009.)

No século XVI, Maquiavel escreveu O Príncipe, reflexão sobre a Monarquia e a função do governante.

ENEM - 2009

O que se entende por Corte do antigo regime é, em primeiro lugar, a casa de habitação dos reis de França, de suas famílias, de todas as pessoas que, de perto ou de longe, dela fazem parte. As despesas da Corte, da imensa casa dos reis, são consignadas no registro das despesas do reino da França sob a rubrica significativa de Casas Reais.

(ELIAS, N. A sociedade de corte. Lisboa: Estampa, 1987.)

Algumas casas de habitação dos reis tiveram grande efetividade política e terminaram por se transformar em patrimônio artístico e cultural, cujo exemplo é

UNIFESP - 2009

"O fim último, causa final e desígnio dos homens (que amam naturalmente a liberdade e o domínio sobre os outros), ao introduzir aquela restrição sobre si mesmos sob a qual os vemos viver nos Estados, é o cuidado com sua própria conservação e com uma vida mais satisfeita. Quer dizer, o desejo de sair daquela mísera condição de guerra que é a consequência necessária (conforme se mostrou) das paixões naturais dos homens, quando não há um poder visível capaz de os manter em respeito, forçando-os, por medo do castigo, ao cumprimento de seus pactos e ao respeito àquelas leis de natureza."

(Thomas Hobbes (1588-1679). "Leviatã". Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1979.)

"O príncipe não precisa ser piedoso, fiel, humano, íntegro e religioso, bastando que aparente possuir tais qualidades (...). O príncipe não deve se desviar do bem, mas deve estar sempre pronto a fazer o mal, se necessário."

(Nicolau Maquiavel (1469-1527). "O Príncipe". Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1986.)

Os dois fragmentos ilustram visões diferentes do Estado moderno. É possível afirmar que:

UEG - 2008

"Nada havendo de maior sobre a terra, depois de Deus, que os príncipes soberanos, e sendo por Ele estabelecidos como seus representantes para governarem os outros homens, é necessário lembrar-se de sua qualidade, a fim de respeitar-lhes e reverenciar-lhes a majestade com toda a obediência, a fim de sentir e falar deles com toda a honra, pois quem despreza seu príncipe soberano despreza a Deus, de Quem ele é a imagem na terra."

(BODIN, J. In: MARQUES, A.; BERUTTI, F.; FARIA, R. "História moderna através de textos". São Paulo: Contexto, 1999. p. 61-62.)

O documento citado refere-se a uma forma de governo existente na Europa na Idade Moderna. Sobre ela, responda:

a) Qual era esta forma de governo?

b) Como era justificada ideologicamente?

Resposta:

a) Absolutismo monárquico.

b) Os principais ideólogos do Absolutismo defendiam a soberania do Estado sobre o indivíduo, por meio de teses como a do "direito divino" e da "soberania do Estado". A primeira tese pressupunha que o poder do rei provinha diretamente de Deus e contestar o soberano significava opor-se à vontade divina. A segunda tese defendia que as leis de uma nação dependiam exclusivamente da vontade do rei, representante supremo do Estado. 

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