Semana 10 História Geral

UFMG 2011

Leia este trecho:

Este fluxo de prata é despejado em um país protecionista, barricado de alfândegas. Nada sai ou entra em Espanha sem o consentimento de um governo desconfiado, tenaz em vigiar as entradas e as saídas de metais preciosos. Em princípio, a enorme fortuna americana vem, portanto, terminar num vaso fechado. Mas o fecho não é perfeito [...] Ou dir-se-ia tão comumente que os Reinos de Espanha são as "Índias dos outros Reinos Estrangeiros".

(BRAUDEL, Fernand. O Mediterrâneo e o mundo mediterrânico à época de Felipe II. Lisboa: Martins Fontes, 1983-1984, v.1,p. 523-527.)

1. Identifique a prática econômica a que se faz referência nesse texto.

2. Cite o principal objetivo dessa prática.

3. Mas o fecho não era perfeito [...] Ou dir-se-ia tão comumente que os Reinos de Espanha são as "Índias dos outros Reinos Estrangeiros".

Explique o sentido histórico dessa frase.

Resposta:

1. Refere-se ao metalismo, prática adotada pelos países mercantilistas durante a época moderna;

2. O principal objetivo é o entesouramento, ou seja, o acúmulo de metais preciosos na nação, estes considerados como sinônimos de riqueza;

3. A frase destaca a imperfeição do sistema, na medida em que a Espanha não consegue reter os metais preciosos que explora de suas colônias americanas. Nesse sentido, assim como as colônias garantem a riqueza da Espanha, esta, ao precisar de outros produtos de nações europeias, garante a riqueza dessas nações. 

FUVEST - 2011

Quando a expansão comercial europeia ganhou os oceanos, a partir do século XV, rapidamente o mundo conheceu um fenômeno até então inédito: populações que jamais tinham tido qualquer contato umas com as outras passaram a se aproximar, em diferentes graus. Uma das dimensões dramáticas desses novos contatos foi o choque entre ambientes bacteriológicos estranhos, do qual resultou a "mundialização" de doenças e, consequentemente, altas taxas de mortalidade em sociedades cujos indivíduos não possuíam anticorpos para enfrentar tais doenças. Isso ocorreu, primeiro, entre as populações

(UNICAMP - 2011) Referindo-se à expansão marítima dos séculos XV e XVI, o poeta português Fernando Pessoa escreveu, em 1922, no poema "Padrão":

"E ao imenso e possível oceano

Ensinam estas Quinas, que aqui vês,

Que o mar com fim será grego ou romano:

O mar sem fim é português."

(Fernando Pessoa, Mensagem – poemas esotéricos. Madri: ALLCA XX,

1997, p. 49.)

Nestes versos identificamos uma comparação entre dois processos históricos. É válido afirmar que o poema compara

UNICAMP - 2010

Segundo o historiador indiano K. M. Panikkar, a viagem pioneira dos portugueses à Índia inaugurou aquilo que ele denominou como a época de Vasco da Gama da história asiática. Esse período pode ser definido como uma era de poder marítimo, de autoridade baseada no controle dos mares, poder detido apenas pelas nações europeias.

(Adaptado de C. R. Boxer, O Império Marítimo Português, 1415-1835. Lisboa: Edições 70, 1972, p 55.)

a) Quais fatores levaram à expansão marítima europeia dos séculos XV e XVI?

b) Qual a diferença entre o domínio dos portugueses no Oriente e na América?

Resposta:

a) A Expansão Marítima e Comercial Europeia nos séculos XV e XVI decorreu das demandas geradas pelo desenvolvimento do comércio no final da Idade Média. Dentre os fatores que a estimularam pode-se apontar: a escassez de metais preciosos na Europa, pois as minas europeias não conseguiam atender a demanda estimulada pelo crescimento das trocas monetárias e era preciso, portanto, encontrar novas minas fora do continente; a aliança entre o rei e a burguesia, pois ambos almejavam respectivamente a valorização do comércio e a conquista de novos domínios visando centralização do poder; a procura de um caminho para as índias (Oriente), pois desde o século XI as cidades de Gênova e Veneza dominavam as rotas de comércio no Mediterrâneo Oriental e os avanços tecnológicos do século XV.

b) As feitorias foram entrepostos comerciais, geralmente fortificados e instalados em zonas costeiras, sobretudo na África e no Oriente, que os portugueses construíram para centralizar e, assim, dominar o comércio dos produtos locais para o reino.

No Brasil, durante o período pré-colonial também foi adotado o sistema de feitorias para a exploração do pau-brasil.

Com a colonização efetivada a partir de 1530, Portugal estimulou a produção açucareira orientada para exportação. 

UFF - 2010

O advento da Modernidade trouxe uma nova visão sobre povos e culturas. O encontro com o Novo Mundo americano e o reencontro com as culturas orientais refizeram teorias e produziram preconceitos. Esses preconceitos adquiriram ao longo dos séculos seguintes ao século XVI sentidos políticos e sociais capazes de torná-los parte das políticas de Estado dos países europeus.

Com base nessa afirmação:

a) explique o significado de europocentrismo no período dos séculos XVI e XVII;

b) analise a opção dos europeus pela escravidão dos negros africanos no contexto do mercantilismo.

Resposta:

a) Com o processo de expansão da Europa, o mundo conhecido passou a ser referido segundo as alterações culturais, econômicas, políticas e sociais resultantes do renascimento que produziu várias expressões que até hoje indicam essa referência europeia, como os termos Ocidente e Oriente, marcando definitivamente a ideia de uma civilização ocidental. A consolidação dessa visão veio com as formas de dominação produzidas pelos europeus sobre a América, a África e a Ásia, principalmente pela expressão econômica dessa dominação.

Também no âmbito da arte é possível observar o predomínio das formas europeias na arquitetura. No caso do Brasil, a expressão europeia recebeu a especificidade ibérica que se caracterizou pelo transplante de instituições.

b) A opção pelo negro africano no processo de desenvolvimento da escravidão no âmbito do mercantilismo refere-se à ideia de que o negro africano constituía-se num acréscimo de mais um produto ou mercadoria ao leque de oferta dos mercantilistas. Desse modo, era muito mais rentável para o sistema mercantilista oferecer o negro como mão de obra não só no movimento maior das trocas, mas também no aumento da produção que alimentava o próprio sistema mercantil, ampliando a sua velocidade de circulação. Além disso, já na Europa, principalmente no mundo ibérico, havia experiências no uso do negro africano como mão de obra.

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