Semana 10 História do Brasil

FUVEST - 2011

Observe a seguinte foto.

 


Essas duas estátuas representam bandeirantes paulistas do século XVII e trazem conteúdos de uma mitologia criada em torno desses personagens históricos.

a) Caracterize a mitologia construída em torno dos bandeirantes paulistas.
b) Indique dois aspectos da atuação dos bandeirantes que, em geral, são omitidos por essa mitologia.

Resposta:

 a) A historiografia tradicional - principalmente paulista – retrata os bandeirantes como heróis, pois teriam sido responsáveis por grandes façanhas, tanto no que se refere à conquista e ocupação de novos territórios, como na descoberta de pedras e metais preciosos, sempre enfrentando e superando as adversidades naturais, doenças tropicais e os ataques indígenas. Contribuíram dessa forma para o alargamento do território e para o enriquecimento do Brasil. Apesar de ser um elemento da sociedade colonial, tal mito foi construído no século XX, em 1932, quando da Revolução Constitucionalista contra o governo Vargas, movimento que procurou congregar "os paulistas", independentemente de condição socioeconômica ou de opção política, em uma grande aliança contra o governo federal, e que buscou fortalecer o "sentimento regionalista", do "povo paulista"

b) A construção do mito implica a exaltação de aspectos vistos como positivos e carecem de uma análise mais acabada do papel desenvolvido pelo elemento mitificado. No caso dos bandeirantes, a historiografia tradicional omite o confronto com índios e jesuítas, com ataques às missões e a captura dos nativos para escraviza-los ou vendê-los como escravos. Omite ainda a ação de alguns bandeirantes na liderança dos movimentos que se enfrentavam e destruição os quilombos, a mando de grandes proprietários rurais e dos governantes. 

UNIFESP - 2011

"(...) o paulista nunca se afez às coisas do mar. É homem do interior. A palavra interior é das que mais usa o paulista. É no sertão que está a terra boa e não na beirada do oceano, como no Norte."

(Rubem Borba de Morais. Prefácio do livro de Saint-Hilaire, Viagem à província de São Paulo, 1819.)

O texto alude às diferenças históricas existentes entre São Paulo e o Norte do Brasil (atual Nordeste brasileiro), que remontam ao início da colonização portuguesa.

a) Quais condições geográficas e econômicas favoreceram a colonização litorânea de Pernambuco e do Recôncavo baiano nos séculos XVI e XVII?

b) Explique a razão da rápida ocupação econômica do Oeste Velho paulista, a partir de 1830.

Resposta:

a) A colonização dessas regiões foi determinada pela necessidade de obtenção de um gênero lucrativo, de grande comercialização na Europa, como o açúcar, sendo que a terra e o clima do norte eram favoráveis ao cultivo da cana-de-açúcar.

b) A ocupação do interior de São Paulo foi limitada nos primeiros séculos de colonização. A grande ocupação após 1830 está diretamente relacionada à expansão da cafeicultura, uma vez que a chamada "terra roxa", que abunda nessa região, era muito adequada a esse gênero agrícola. A expansão da industrialização na Europa e Estados Unidos no século XIX foi fundamental para a expansão das exportações de café brasileiro.  

 

UFPR - 2011

A chamada União das Coroas Ibéricas (1580–1640) consistiu no domínio do Reino de Castela sobre o de Portugal.

Naquele momento, os reis da dinastia dos Habsburgos, Felipe II, III e IV, subjugaram toda a Península Ibérica, e Madri tornou-se capital dos vastos impérios coloniais português e espanhol, reduzindo a importância e o status da cidade de Lisboa.

Sobre esse período, considere as seguintes afirmativas:

1. O domínio castelhano da Península Ibérica, idealizado por séculos, teve lugar graças à guerra movida pelo Habsburgo Felipe II contra o Rei Dom Sebastião, da casa dinástica de Avis, que então detinha a Coroa portuguesa.

2. O controle holandês sobre o Nordeste açucareiro (1630–1654) constituiu um resultado direto do controle de Castela sobre Portugal, como consequência da dificuldade castelhana de controlar militarmente tanto o império espanhol como o português.

3. Várias instituições e repartições administrativas, eclesiásticas e judiciárias foram criadas, visando uma maior aproximação entre o Brasil e Castela. Entre tais repartições e instituições, estão o Conselho de Índias, mais tarde Conselho Ultramarino, as Visitações do Santo Ofício às partes do Brasil e o Tribunal Superior da Relação, criado na Bahia em 1609.

4. A restauração e consolidação de uma nova dinastia detentora da Coroa portuguesa, a de Bragança, decorreram de um tratado de paz firmado entre Madri e Lisboa, o qual pôs fim pacificamente à dominação castelhana da parte lusa da Península Ibérica.

 

UFMS - 2010

Leia com atenção o texto a seguir, correspondente a dois artigos extraídos da Instrução Régia de 19 de janeiro de 1749, emitida pela Rainha de Portugal, D. Mariana de Áustria, a Dom Antonio Rolim de Moura, Governador da Capitania de Mato Grosso.

"§1 - Suposto entre os distritos de que se compõe aquela Capitania Geral seja o de Cuiabá o que presentemente se acha mais povoado, contudo, atendendo a que no Mato Grosso se requer a maior vigilância, por causa da vizinhança que tem, houve por bem, determinar que a cabeça do Governo se pusesse no mesmo distrito de Mato Grosso, no qual fareis a vossa mais costumada residência."

"§ 9 – Os missionários de Espanha no ano de 1743, [...], passaram da missão de São Miguel, [...], sita na margem ocidental do rio Guaporé, a fundar outra aldeia na margem oposta [Santa Rosa], intentando [...] apossar-se da navegação daquele rio e impedi-la aos meus vassalos, entre os quais os espanhóis tem havido por essa causa dissabores e alterações."

"§ 26 – Pelo que toca aos confins do vosso governo pela parte do Peru, atualmente estão entabuladas algumas negociações para as regular amigavelmente. Enquanto, porém, o tratado definitivo sobre essa matéria não chega a concluir-se, é bem vades prevenido a respeito das queixas que talvez vos fará o governador de Santa Cruz de La Sierra, [...], e deveis estar prevenido que na matéria desses confins não há razão que deva fazer escrúpulo do excesso da nossa parte; [...]. Porque, suposto entre esta Coroa e a de Castela se fizesse no ano de 1494 uma convenção em Tordesilhas, [...] não posso contudo considerar-me obrigado a conter o limite da minha conquista no da dita linha."

Com base no texto e nos seus conhecimentos sobre a história colonial brasileira, assinale a(s) afirmativa(s) correta(s).

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