Questão 13 - Leituras obrigatórias Fuvest/Unicamp 2016

(Fuvest) Leia o seguinte trecho de Til, de José de Alencar:

À direita do terreiro, adumbra-se  na escuridão um maciço de construções, ao qual às vezes recortam no azul do céu os trêmulos vislumbres das labaredas fustigadas pelo vento.
(...)
È aí o quartel ou quadrado da fazenda, nome que tem um grande pátio cercado de senzalas, às vezes com alpendrada corrida em volta, e um ou dois portões que o fecham como praça de armas.
Em torno da fogueira, já esbarrondada pelo chão, que ela cobriu de brasido e cinzas, dançam os pretos o samba com um frenesi toca o delírio. Não se descreve, nem se imagina esse desesperado saracoteio, no qual todo o corpo estremece, pula, sacode, gira, bamboleia, como se quisesse desgrudar-se.
Tudo salta, até os crioulinhos que esperneiam no cangote das mães, ou se enrolam nas saias das raparigas. Os mais taludos viram cambalhotas e pincham à guisa de sapos em roda do terreiro. Um desses corta jaca no espinhaço do pai, negro fornido, que não sabendo mais como desconjuntar-se, atirou consigo ao chão e começou de rabanar como um peixe em seco.

Ao comentar o romance Til e, inclusive, a cena do capítulo "O Samba" aqui reproduzida, Araripe Jr., parente do autor e estudioso de sua obra, observou que esses são provavelmente os texto em que Alencar "mais se quis aproximar dos padrões" de uma  "nova escola", deixando, neles, reconhecível que, " no momento" em que os escreveu, " algum livro novo o impressionara, levando-o pele estímulo superfetar a sua verdadeira índole de poeta". Alguns dos procedimentos estilísticos empregados na cena aqui reproduzida indicam que " a nova escola" e o "livro novo" a que se refere o crítico pertencem ao que os historiadores da literatura chamaram de:

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