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31/08/2005 Economia Global Aumenta o número de pobres nos EUA Pedro Dias Leite Em São Paulo Mesmo com o bom desempenho da economia, mais de 37 milhões de norte-americanos vivem na pobreza no país, segundo números de 2004 do governo dos EUA. Perto de um terço desses pobres são crianças. O critério de pobreza varia de acordo com o tamanho da família e de sua composição. Uma família de quatro pessoas, por exemplo, é considerada pobre se sua renda anual soma US$ 19.307 ou menos -isso equivale a uma renda per capita mensal em torno de US$ 400 (ou R$ 960, mais de três salários mínimos no Brasil). Os 37 milhões de pobres nos EUA representam 12,7% da população do país, com um aumento de 1,1 milhão de pessoas em relação a 2003. O número vem crescendo desde 2001, primeiro ano do governo de George W. Bush. O último ano em que houve declínio foi 2000, quando 31,1 milhões viviam no patamar considerado de pobreza. O aumento na quantidade de pobres ocorre num momento em que a economia norte-americana registra um dos crescimentos mais fortes dos últimos tempos. No ano passado, foram criados 2,2 milhões de empregos, o melhor número desde 1999. Nos anos anteriores, os resultados haviam sido muito ruins, com uma pequena alta em 2003 e quedas em 2002 e em 2001. Explicação O governo Bush disse não estar surpreso pela estatística e tenta buscar explicações para o aparente contraste entre a economia e a pobreza nos números do passado. De acordo com uma porta-voz do Departamento de Comércio, as décadas de 80 e de 90 mostram que picos de desemprego foram seguidos por altas taxas de pobreza, para só então haver um declínio no número de pobres. Por essa explicação, a recuperação da recessão de 2001 ainda pode levar mais alguns anos para se refletir mais diretamente nos números da pobreza. "Esperamos que seja isso, que esses sejam os últimos efeitos da recessão nesses indicadores", disse a porta-voz. A parcela da população que mais sentiu esse aumento na pobreza foi a formada pelos brancos não-hispânicos. A parcela da população vivendo na pobreza passou de 8,2% para 8,6%. O único grupo que teve melhora de 2003 para 2004 foi o dos asiáticos, com uma queda de 11,8% para 9,8%. Entre negros e hispânicos não houve mudanças significativas. Média A média dos ganhos dos norte-americanos ficou em US$ 44.389 anuais em 2004, praticamente o mesmo número de 2003. Foi o segundo ano consecutivo em que o número permaneceu sem avanços. Os negros são o grupo étnico com a menor média, US$ 30.134 anuais. Os hispânicos aparecem em seguida, com US$ 34.241 por ano de média familiar. Os líderes são as famílias asiáticas, com US$ 57.518. Em segundo lugar vêm os não-hispânicos, com US$ 48.977.
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